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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Saindo do armário

Sou uma pessoa muito pensativa... Tenho um mundo interior riquíssimo. E algumas coisas sempre me incomodaram, desde que era adolescente: o fato de não pode andar na rua sem ouvir gracinhas e ter medo de fazê-lo à noite são alguns exemplos. Talvez tenha surgido aí a feminista que mora em mim: por quê as coisas são assim?
O tempo passou e continuei questionando: por quê meninas que beijam muitos caras são galinhas e caras que beijam muitas meninas são pegadores? Por quê um cara pode sair com uma garota e sair falando do que fez dela?
Mais um pouco de tempo e eu, que sou apaixonada em blogs, conheci o blog da Lola. Tenho quase certeza que foi uma das indicações da Lóris. Comecei a ler e as provocações dela começaram a fazer todo sentido pra mim. Junto com isso, comecei a ler várias coisas e eu finalmente saí do armário: sim, sou feminista!
Na sociedade em que vivemos o feminismo faz todo sentido. Acontece que estamos acostumados a viver como se tudo fosse sempre assim, como se nossa sociedade não tivesse problemas.
Mas, infelizmente, os problemas existem e são vários: por quê mulheres ganham menos que homens? Por quê mulheres criam filhos sozinhas? Onde estão os pais dessas crianças? Por quê uma mulher não pode sair na rua à noite, sem medo? Por quê tantas mulheres são estupradas no nosso país? Por que?
Entende meu ponto? Nossa sociedade precisa do feminismo! Precisa porque as mulheres tem tanto direito de andar na rua quanto qualquer homem. Por quê eu ando na rua e um homem acredita que tem direito de falar em alta voz as diversas formas que quer me comer? E não, eu não estava de roupa curta, andando à noite sozinha, ou me exibindo. Estava indo ao médico, de jeans e camiseta soltinha.
A sociedade brasileira precisa trazer à pauta esses debates, porque ainda se pensa que o corpo da mulher é propriedade do homem. Eu sei que parece absurdo, parece fora de sintonia, mas é o que a atitude demonstra. A mulher não é digna de ter liberdade. Consigo ouvir “ohhhhs” e “ahhhs”, além de várias caras de desaprovação.

Sou feminista porque sou favorável ao respeito que toda mulher merece ao andar na rua. Sem nenhum ‘apesar de’ – infelizmente muito usado para inventar pseudojustificativas, culpando o tamanho/tipo/modelo/cor da roupa. Não é uma babaquice?

3 comentários:

  1. Sim. Muita babaquice. Ignorar a importância e a infeliz necessidade do feminismo pode parecer inofensivo, mas não é. A prova disso está vindo a galope. O Estatuto do Nascituro já andou uma casa no jogo. O adestramento de mulheres segue por gerações, ratificando essa ignorância, fazendo com que mulheres profissionais liberais com curso superior repitam inadvertidamente que não são a favor do feminismo, sem perceber que sem ele elas jamais seriam profissionais liberais com curso superior. Nunca foi tão necessário falar de feminismo. E assumí-lo.

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  2. Sim. Muita babaquice. Ignorar a importância e a infeliz necessidade do feminismo pode parecer inofensivo, mas não é. A prova disso está vindo a galope. O Estatuto do Nascituro já andou uma casa no jogo. O adestramento de mulheres segue por gerações, ratificando essa ignorância, fazendo com que mulheres profissionais liberais com curso superior repitam inadvertidamente que não são a favor do feminismo, sem perceber que sem ele elas jamais seriam profissionais liberais com curso superior. Nunca foi tão necessário falar de feminismo. E assumí-lo.

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