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terça-feira, 30 de agosto de 2011

about me

Não espere de mim linearidade. É. Isso mesmo. Sabe aquela linha reta, que nunca faz uma curva, nunca pára? Pois é, não sou eu. Sou confusa, sou chatinha. Mas tô aprendendo a combinar minhas roupas, sei andar de salto, usar blush e rímel. Não sei ser sexy, nem manter um olhar 43. Tem gente que diz que sou meiga, mas pra mim só sou destrambelhada.
Mas eu gosto disso. Me divirto assim, essa é a verdade.
Dirijo na BR-153 ouvindo Resgate, cantando como se não houvesse amanhã (e eu não fosse passar a tarde falando) e fazendo caras e bocas. Eu me empolgo com as coisas como uma adolescente. Adoro comprar presente (pra mim e pros outros).
Peguei meu carro com três meses de CNH provisória e fui, adivinhem, trabalhar pela bendita BR. E eu dirijo pra todo lado, sem rumo e tudo mais.
Trabalho três bairros depois do meu e fiquei semanas perdida porque entrava em ruas e ia parar em lugares desconhecidos.
Me decepciono e me choco com as coisas más e egoístas que os homens andam fazendo, mas ainda acredito que exista um homem diferente dessa massa. E ele vai surgir na minha vida e eu irei iluminar a sua. E ele vai pensar, essa mulher é louca, mas divertida, curiosa, bonita, bem informada, conversa pelos cotovelos e a mulher da minha vida. E eu vou saber, como a gente sabe das coisas mais secretas e simples que ele é o cara.
Não sou perfeita. Verdade libertadora, não?!! Posso errar, posso me machucar e, infelizmente, aqueles que amo. Mas eu me esforço pra dar certo.
E tô aprendendo a cuidar de mim e me fazer feliz. Porque não tem graça mudar o mundo sem divertir-se enquanto isso.
E sim. Eu também sou mal humorada às vezes. Mas é raro. Tanto que minhas colegas de trabalho se chocam com meu bom humor matutino. Siiim! Eu acordo 6h da manhã na segunda e chego no trabalho sorrindo.





sexta-feira, 26 de agosto de 2011

#decepção

Desapontamentos doem demais! Sei que nem sempre é da minha conta, que cada um faz o que quiser da própria vida, masss... Às vezes, eu realmente desejo a simplicidade que um dia eu vi a vida. Sei que as pessoas não são lineares, nem jamais serão. Mas ser machucado pelo agir do outro é uma decepção gigante. Maior, bem maior que o gigante do João.

Ô tiiiiiiiiiiiiiia!

Tem umas coisas que eu não gosto como professora e abomino eternamente como professora. Chiclete. Fofoca. Piti. Grosseria. Gritaria.
Vai ver esse é meu jeito de mudar o mundo, de ensinar caminhos diferentes, de compartilhar como eu vejo as coisas. Ou então é pura chatice minha, vá saber.
Mas ser humano tem essa coisa de continuidade, essa necessidade de passar pro outro o que viveu... E a gente marca a vida daquele serzinho que brilha os olhos quando consegue fazer a divisão depois que você disse que ele conseguiria. E ele leva mais livros pra casa e trata melhor os colegas, e se esforça mais pra conviver...
Gosto disso na minha profissão. Rio dos absurdos que escuto. E também brigo, esculhambo, fico brava, decepcionada. E feliz e sorridente quando dá certo.
Porque tudo que ando pensando ultimamente é se é iiiiiisso mesmo que quero pra minha vida. É??????
Tem dias que eu adoro, mas meu salário não acompanha minhas motivações. Tampouco o interesse dos alunos acompanha meu desejo. E o desrespeito. O desgaste da minha saúde. O cansaço. A quantidade de trabalho pra fazer em casa.
Você é só professora ou tem uma profissão também?

domingo, 21 de agosto de 2011

bem-querer

Difícil querer com a dúvida de não saber se o bem-querer é recíproco.
Confuso querer sem saber exata e detalhadamente como o outro se sente. 
Querer devia ser transparente como bolha de sabão - mas não tão frágil, e de um fôlego maior.
Querer bem, se transforma em querer estar junto e em querer cada vez mais perto e cada vez mais junto.
Querer que quer ver sorrir, ver feliz, ver conquistar, ver sonhar. Mas confesso: meu querer não é assim tão altruísta. 
Quero, mas quero de mão dada, olhando pra mesma estrela.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

segredos ao sabiá

O sabiá esqueceu de assoviar! 
Ô, sabiá, sábio amigo, suba na janela daquele homem sorridente 
e lhe diga que eu sei que invadi seus sonhos.

Ei sabiá, não se esqueça de segredar: 
ele também somou-se aos meus segredos sonhados, saiu-se por essas bandas um dia desses. 

Não soube porque, 
nem soube se é... 
Mas sabe? 
Assobie por lá e me surpreenda de cá!

domingo, 14 de agosto de 2011

Ninguém me disse que seria assim..

Cheguei na escola no primeiro dia de aula e uma das mais queridas alunas me diz que havia perdido a mãe nas férias. Vontade de colocar no colo, trazer a mãe de volta, sei lá.
Dias depois ela desabafa, em forma de revolta, sua dor, me dizendo que era um absuuurdo eu ainda morar com minha mãe. Eu senti o tom de revolta na voz, no olhar e a na postura. Ela me perguntava, muda, se era justo eu ser uma adulta e ter meus pais juntos e ela, uma criança, não. Eu não soube o que dizer, apenas sorri e a deixei falar.
Ninguém me disse que eu teria que lidar com o luto assim tão de perto, nem que doeria tanto. Não há, confesso, profissionalismo que resista.
Ela é uma criança, uma menina e se esforça pra fazer tudo como sempre, pra ser a estudante brilhante, a menina alegre, mas alguma coisa se perdeu no caminho...
Não há quem possa recuperar, não há o que se possa fazer. A menina de tiradas irônicas não é mais engraçada. Sua ingenuidade de criança se perdeu.. E eu assisto àquilo tudo. E dói demais. Especialmente porque não consigo saber o que fazer. Contemplo, apenas, uma das minhas alunas favoritas (confesso, tá? Ela é especial, sempre foi) sofrendo insuportavelmente. E a vida continua, ela tem que continuar. Ela não terá mais sua mãe para lhe disciplinar. Seus olhos não brilham mais do mesmo jeito.
Sexta ela me disse que foi tirar o RG e eu digo que tirei o meus aos 16 anos, ela olha pra mim e diz "foi quando você perdeu sua mãe, professora?", como alguém que pede uma esperança, uma corda de salvação, como dizendo, "por favor me diga que há uma luz no fim do túnel, que há uma esperança".
Ela sempre me chamou muita atenção, parece que sempre compreendi como ela se sente, me vejo nela, em tantos aspectos. Ela já passara por muitas coisas na vida, se tornara forte ao sabor das circunstâncias. Já havia saído de sala para conversar com ela sobre assuntos que nada tinham a ver com a sala de aula. Na reunião que tive com sua mãe lhe disse isso, inclusive e ela me deu todo apoio para fazê-lo.
Nas últimas semanas de junho eu soube que sua mãe estava investigando um câncer e eu nós oramos. E eu me lembro da sensação que eu quis ter que ficaria tudo bem, que nada seria confirmado...
Minha aluninha que me disse um dia que quando crescesse teria um namorado "lindo, loiro, alto, crente, rico, inteligente e que toque bateria" não tem mais a mãe pra estar ao seu lado. Ver isso dói. É quase insuportável.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A gente somos inúteis

Até quando?

Em recentes declarações, um vereador de São Paulo diz que professores são inúteis, não gostam de dar aula, são preguiçosos e por isso, conclui ele, a Educação no Brasil não evolui. Interessante é que por aí existem muitas soluções mágicas para o problema da deseducação brasileira e, na maioria deles os professores são arlequins de cartola que resolverão todos os problemas. Não basta apenas fazer estripulias ou fazer surgir um pombo!
É preciso que o aluno aprenda, tire nota máxima na Prova Brasil, seja alfabetizado, tire notas excelentes, seja lindo, educado, limpo, esperto, espontâneo, escreva excelentes textos e tenha um raciocínio lógico-matemático de dar inveja a Malba Tahan! E tudo isso será alcançado na magica sala de aula, onde o menino entra e sai sabendo tudo.
Não é preciso que o professor seja bem pago, pois isso não influencia de maneira alguma a aprendizagem. Não é preciso que as salas de aulas tenham menos alunos, porque lá nos Estados Unidos esse não é um número relevante. Não é preciso que todos os alunos tenham livro didático, pois o professor dará um jeito. Não é preciso novas tecnologias, porque isso também não trabalha a motivação do aluno.
Nada. Tudo que você precisa é de um arlequim, um quadro e giz branco.
Não lhe parece contraditório? A mim sim. Vejo todas as contradições possíveis em discursos vazios de profundidade. Se o educador é quem fará a diferença, porque não lhe pagar mais do que R$ 1.087,00?
Acontece que os problemas da Educação brasileira não tem soluções simplistas, e não há quem queira pegar o arado e reformar com zelo. Aumentar a carga horária não resolve o problema! Somar um dia na semana apenas desgastará já quase destruído: o mestre.
Pessoas, como você, seu vizinho ou seu chefe, que tem problemas a resolver, marido, esposa, filhos, médico, contas e responsabilidades. Sim, porque você sai e deixa seu trabalho na empresa, mas o educador não. O educador planeja, pesquisa, corrige 200, 300 provas, testes e avaliações em casa. O educador planeja formas de que seu filho/sobrinho/afilhado aprenda melhor. Pesquisa profundamente temáticas contemporâneas para conectar o conteúdo à realidade. Procura desafios, textos, poesias. Faz listas de exercícios, elabora avaliações diagnósticas e jogos lúdicos.
Não sou uma professora preguiçosa e acredito, honestamente, que poucos colegas meus o sejam. Vejo colegas preocupados com os rumos do Brasil, das políticas públicas, dos alunos. Vejo colegas fazendo malabarismos para equilibrar tantas responsabilidades.
E vejo, infelizmente, teóricos, mestres e doutores que jamais pisaram seus pés Jimmy Choo em uma sala de aula de periferia dando receitas para a melhoria da Educação. Não os escuto mais. Isso destruiria todo meu esforço em ser uma educadora.
Educadora de verdade, do tipo que está aprendendo a alfabetizar, do tipo que se preocupa, que discute, que tira o sapato para brincar com os alunos, que lê livros para melhorar sua prática, que reflete sobre o que faz.
E, para finalizar, se estamos falando de receitas, eu também tenho algumas. Ofereça ao professor um aumento real, que ao menos quadruplique seu salário e dê a ele a oportunidade de estar apenas em uma escola. Ofereça a esse profissional uma escola em que ele não precise usar mimeógrafo, ou giz branco que lhe dá alergia, onde tenha tempo para pesquisar e um laboratório de informática e ciências que funcione, com espaço para bibliotecas, livros didáticos para todos os alunos, junto com verbas para passeios, assim como salas que tenha uma quantidade moderada de alunos. Obrigue os pais a matricular e acompanhar os filhos na escola. Puna alunos que ameaçam, arranham carro ou batem em professores.
Não é simples?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

#sinceridades

Primeiro dia de aula. Passo dando visto na tarefa de revisão, uma aluna que usava óculos não está com eles, questiono-a e comento "ah, meu grau aumentou". Uma aluna olha na minha própria cara e diz "ah, professora, você fica MUITO FEIA com aqueles óculos. Ele é fundo de garrafa, NÉ?". E você pensa que algum dos outros 32 discorda? NÃO!!! Quase em uníssono eles me dizem que eu não combino com óculos e que fico ESQUISITA DEMAIS. Então tá, né? Ainda bem que existe a lente de contato! \o/