Uma quente tarde goiana de primavera, duas mulheres estão sentadas, falando mais alto que a horrorosa música (sertaneja tocada ao fundo, eca!) do futuro, dos sonhos, dos resultados da academia, das aprendizagens dos alunos e discutindo métodos de alfabetização (total e absolutamente opostos, aliás). Um shopping qualquer, setembro de 2009.
Uma intimidade louquíssima, que não deixa um só assunto de fora, de todos imagináveis. Melhor amiga. É um título meio brega, parece coisa de adolescente, mas o único cabível nela.
Pode ser palpite, mas nos vejo crescendo juntas. Tantos segredos, muitas lágrimas, bilhetes, poesias trocadas.
O tempo passa e nos vejo mais bonitas e tão realizadas. Ela não usa mais coturno, nem aquele cabelo assimétrico. Eu não sou mais (obviamente, pelo menos) tão comportadinha e o cabelo assimétrico agora é meu. E realizando todo dia a (difícil?) arte de educar criancinhas.
O futuro se abre pra nós.
Uma coisa eu aprendi: coisa melhor do mundo é ter amigos pra crescer. Junto e separado. A gente conversa, a gente se entende, mesmo que a gente dispute quem fala mais em menos tempo.