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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Questões do coração


Gosto daquelas histórias em que você mergulha, se sente uma abelhinha observando tudo e se identifica ora com um, ora com outro personagem.

Questões do coração é um desses livros em que você gasta tempo pensando no sentimento das personagens e precisa ir até a última página pra saber o que vai acontecer. Quando li a resenha no blog da Cíntia fiquei ligeiramente curiosa – porque ela não gostou taaanto assim. Mas eis que me deparo com esse livro sábado na Fnac... Paixão à primeira vista define.

Acho super bacana a forma que a Emily Giffin escreve... Você consegue compreender perfeitamente como os personagens se sentem. Consegue sentir a (aparente) frieza de Valerie em seus relacionamentos interpessoais, admira a garra que ela tem, a força interior pra não desabar...

A capa do livro no Japão.

E sente pena de Tessa e da preocupação que ela tem com a opinião de todos a seu redor de tudo que ela faz. Essa é uma daquelas preocupações que nos acostumamos a ter e então, quando algo maior nos força a focar em outra coisa, de repente nos perguntamos: porquê mesmo eu me preocupava tanto?

É um livro pra vibrar – e sofrer junto. Ou eu vibrei e sofri porque gosto da autora? Nem sei...



Na capa brasileira é diferente, achei curioso.

Fiquei mega feliz quando Rachel e Dex aparecem. Sabe aquele sentimento de quando você vê uma colega de faculdade que se identificava muito, tinha ótimos papos, mas de repente perde seu telefone? Foi assim que me senti quando os vi aqui. Amei!

 

 

 

 

P.S.  Primeira vez que escrevo uma resenha. Apesar de ser uma leitora voraz, isso nunca foi uma hábito meu. Culpa da Cíntia e da Annie, que vivem me deixando roxa de curiosidade ao ler suas resenhas.

P.S.2 Me sai mal, pessimamente mal ou dá pra passar? haha.

sábado, 16 de junho de 2012

Daí que durante a faxina da casa você se lembra de limpar aquele cômodo mal iluminado em que guarda todas as tranqueiras que não quer mais...
"Mas eu já limpei esse quarto ano passado", você pensa. 
Mas a limpeza superficial não removeu tudo. É preciso desempacotar, abrir caixas, álbuns de foto, diários antigos. 
É tudo muito escuro lá dentro. Gasta tempo demais pra arrumar, rapido você se cansa. 
Arruma um pouco, deixa outro pouco pra depois.
Já limpou muito, resolve dar um tempo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tenho muito pra dizer... Mas sinto que minhas palavras são como frutas maduradas à força. Sementes plantadas na estufa não tem o mesmo sabor daquelas que vivem ao sabor da natureza.
Assim sou..
Há o que dizer, mas ainda não é tempo.
Tudo vive, cresce e se torna em mim. E como o sol, que faz brotar a semente que vira flor, meu Jardineiro, com seu fiel amor tem regado com meu coração.
Com lágrimas, alegrias e dores ele tem crescido. E se curado.
Pra se tornar?
Talvez palavra.

domingo, 10 de junho de 2012

Eu falo mais pra mim que pra vocês, leitores (quanta abstração, heim?), já que ninguém (= eu) visita blog que não é atualizado. Mas preciso desabafar e não gosto de usar sempre e sempre o ouvido dos meus amigos. É chato isso.
Tô cansada.
Parece que o cansaço é um animal que quer me pegar e que eu fujo incontrolavelmente e que me cansa. Muito! E agora que decidi que não aguento mais essa vida, tá dificílimo aguentar cada semana.
Não sei se dá pra entender isso, logicamente falando. Entendo porque se trata da minha cabeça, que pensa e repensa nesse cansaço, tentando entender, conviver e abstrair quando necessário.
Tô cansada dos alunos, do trânsito, das burocracias que preciso fazer, de ensinar chatices, de correr tanto, dos motoristas que me fecham, dos caminhos que preciso pegar pra trabalhar, na quantidade de coisas que querem que eu faça em casa, das briguinhas dos alunos, do fim-de-semana que é pequeno demais pra eu descansar...
Tão vendo? Tô chata pra caramba.
Mas desabafei, logo, estou mais leve.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Greve e conscientização, a realidade como é







             Os professores da rede estadual estão em greve há mais de vinte dias, porque um absurdo e ilegal plano de cargos e salários foi aprovado. Imagine quantas crianças estão de greve, quantos vestibulandos, quantas mães sem saber onde ficarão seus filhos. Esses professores, pensa você, são mais um grupo de funcionários públicos sanguessuga, merecem mesmo o salário que tem.
             Ledo engano. Jamais vi uma greve assim. Em qualquer lugar que você vá existe alguém que se indigna com o salário recebido pelos educadores ou a forma que o governo tem tratado sua carreira. As pessoas não acreditam mais nas mentiras veiculadas nos jornais. Vivemos, ainda bem, uma era onde meias-verdades não são mais aceitas. Ou as pessoas se cansam do estado das coisas.
             Digo isso porque – além do educador - ninguém conhece melhor as condições da rede estadual de ensino do que os pais dos alunos. São eles que levam seus filhos à escola e vêem as péssimas condições das salas, com cadeiras quebradas, quadros em que mal se lê, a situação dos banheiro, os professores inexistentes na escola do filho. São eles que vêem os esforços dos diretores, o cansaço dos professores que se esforçam para dar o melhor ensino a seus filhos. São eles, não o governador, ou os tutores, tampouco o secretário da Educação. Em hipótese alguma são os deputados da base governista ou o presidente de algum partido jovem.
             É o pai que mal teve condição de estudar, a mãe que fez colegial noturno para trabalhar e deseja o melhor para seu filho. Qualquer pai e qualquer mãe podem enumerar para você um retrato das condições de ensino dessa rede, que faz propagandas de verdade duvidosa.
             São estas pessoas que estão apoiando a greve. Indivíduos que conhecem a realidade da escola não podem ser facilmente manipulados porque a verdade está marcada em suas mentes. E são todos esses que apóiam a greve. Hoje ouvi de uma mãe que seu filho adolescente está sem aula, mas ela concorda com a greve, pois a maneira que os professores são tratados é absurda.
             Em minha recente entrada nas redes públicas de ensino eu jamais vi uma greve tão amplamente apoiada. Penso que o governo não imaginaria que teria todo esse desgaste. Suas propagandas comemorando o salário pago é facilmente desmentida! O secretário divulgando quão boa é a nova carreira não está surtindo efeito. O novo plano de cargos e salários que retira direitos adquiridos e mina sua carreira não é comemorável.
             Me alegro em dizer que mesmo que se diga que os professores são uma classe preguiçosa, meros cabos eleitorais, massa de manobra dos comunistas (não imaginava que isso fosse um insulto ainda hoje!) ou quaisquer outras ofensas, elas são – e serão – facilmente derrubadas pela verdade.
             Sim, a verdade! Esse objeto em desuso, pouco encontrado nos políticos e suas falácias é conhecido de quem convive com um professor e vê sua dedicação. Seus turnos de trabalho, seu esforço em fazer trabalhos em casa, sua dedicação à prestar um trabalho de qualidade. A verdade, meus caros, é que o professor trabalha de verdade e não ganha 14º, 15º salários ou bônus por corrigir suas provas, fazer cursos, pesquisar novos métodos ou não desistir daquele aluno difícil.
             Em suma, os goianos estão cansados se ser tratados como idiotas. Reagem ao ver que o professor de seus filhos é atropelado por exigências. Reclamam ao se lembrar de professores que marcaram sua história e tem sua aposentadoria minada. Os goianos exigem respeito a esta classe que trabalha por amor ao que acredita sim, mas que não é sanguessuga, deve ser bem paga e respeitada. Os goianos estão acordando de seu coma político. Ainda bem.