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domingo, 16 de junho de 2013

Delicadezas de viver

Tenho uma joaninha, dessas, de pelúcia, que ganhei há quase dez anos atrás. Ela me lembra tanta, tanta coisa boa. Da época em que me senti tão acolhida, por pessoas que realmente se importavam com dores que eu vivi, que passaram por dores parecidas... E ali, naquele grupo, pude me sentir menos estranha.
Hábitos que tinha, coisas que fazia, modos de pensar, meu Deus, elas também eram assim! Quando você tem dores que ninguém entende, você as tranca dentro de si, se sente um extraterrestre, que vive sem saber. Como assim você pensa de tal jeito? Como assim, reage dessa forma entranha? Mas tudo está tão bem guardado que você pensa, “bem, o problema está em mim”.

Coincidências da vida, ou não, você encontra pessoas. E estas pessoas, veja só, compreendem você! E aceitam suas expressões de dor, choram junto, se solidarizam. Solidarizar é uma coisa bonita demais! É de uma delicadeza sem fim você sair da sua dor pra compreender o outro. Guardar sua dor no bolso, como diz um poeta, e ir ajudar um amigo. Mesmo que você jamais tenha realmente “visto” esse amigo. Mas você foi capaz de ver sua alma, de entender seus conflitos e de ajudá-lo a carregar sua dor.
É bonito demais isso de expressar a sensibilidade que existe na sua alma... Porque as dores, as decepções, a avalanche de notícias trágicas tentam nos tirar essa mágica de simpatizar com  a dor do outro. Sentar junto e nada dizer, mas dizer tudo: eu estou aqui e não julgo você.

Esses encontros de alma não acontecem sempre. Mas quando acontecem dão todo sentido pra vida... Te ajudam a se reerguer, a reescrever o caminho. E isso não tem preço, mas se paga um preço para assim agir. Sair de si não é barato. Se abrir com o outro, custa confiança, custa compartilhar. Estender a mão custa uma força que você não sabe que tem. Apoiar o outro custa um tempo que você não terá de volta. E faz a vida tão, tão bonita. Daquelas delicadezas que só obras de arte conseguem expressar, que hábeis poetas custam em dizer. É bonito demais ter um amigo. 

domingo, 9 de junho de 2013

Estou de volta

   Quem me conhece sabe que eu adoro um bom papo... Adoro ouvir as pessoas, como elas pensam e adoro falar. Tenho muitos insights importantes enquanto falo. Também quando escrevo, por isso decidi reabrir meu blog.

   Preciso falar de tudo que anda rolando. Falar do Feliciano, do Estatuto do Nascituro, falar de preconceito, de livros, de estresse, de feminismo, de homofobia, de Marcha das Vadias. Falar de quanto tenho mudado... Relutei muito, temendo as reações das pessoas e suas interpretações ao que eu escrevia.

  Mas decidi desencanar, porque escrever me faz bem demais.
Então estou de volta. Ia mudar o nome do blog, até tentei alguns, mas esse lugar ainda é muito significativo, ainda faz muito sentido pra mim.