O vídeo da professora baiana dançando uma coreografia ‘sensual’ é o assunto do dia. Ela foi demitida da escola onde trabalhava ministrando aulas de alfabetização a crianças de cinco anos.
Segundo o site G1, “o flagrante aconteceu durante uma apresentação do grupo de pagode O Troco, que costuma convidar as espectadoras para subir ao palco e fazer a coreografia da música Todo enfiado”.
O vídeo é absurdamente tosco, as cenas são bem fortes, mas acho injusto tantas pessoas se levantarem pra jogar pedra, porque isso não cabe, e isso não se faz. Não entremos no mérito da música. A professora foi demitida por sua conduta em um show. No programa do Geraldo Brasil analisaram de todos os lados a conduta da professora, já que ela “representava uma classe profissional”.
Desde quando o que eu faço em minha vida particular é da conta dos outros? Alguém me diga, por favor, porque não entendo.
Somos uma das classes mais desvalorizadas do Brasil, e alguém vem apontar e dizer o que não cabe a uma professora?Aliás, falando nisso, sabe o que não cabe? Um concurso público pagar o mesmo salário a uma professora de ensino fundamental e a um técnico de Raios-X.
Se filmassem uma médica, ou uma engenheira, uma bióloga ou enfermeira não haveria problema algum, certo? E porque no caso da professora todos se acham no direito de condenar?
Impera ainda no Brasil a mentalidade que professoras – especialmente aquelas que lidam com crianças pequenas – devem ser boazinhas, amorosas, carinhosas, boas moças. Vamos atualizar? Professoras devem ser competentes, dedicadas, reflexivas e críticas. O resto é da conta da mulher, não do resto da cidade.