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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Marcha das Vadias - eu fui!!


Descobri que há uma feminista que me habita e ela fala o que pensa. E se pensa que precisa protestar, ela vai lá... E protesta!
Em Goiânia esse ano teve Marcha das Vadias. Fomos, Lilian e eu. Tive uma ideia brilhante para um cartaz, pesquisei outras duas e nos preparamos.
Marchei porque sou favorável ao respeito pela mulher. Marchei porque não admito que uma mulher – como eu – seja chamada de vadia e desqualificada por isso. Marchei porque tenho consciência e sei que se não questionarmos o status quo as coisas jamais mudarão. Marchei porque sou feminista e desejo que outros também sejam. Marchei porque não sou a favor ao aborto, mas favorável à escolha de cada mulher. Marchei porque desejo andar na rua sem medo de ser estuprada. Marchei porque desejo que minha sobrinha cresça num mundo onde as mulheres sejam respeitadas e bem pagas. Marchei porque desejo que meus filhos não cresçam numa sociedade em que seis, de cada dez mulheres, sofre algum tipo de violência sexual. Mas sobretudo, marchei porque o que acredito não é da sua conta.
Então fomos na Marcha e isto gerou algumas polêmicas sérias, especialmente envolvendo o nome da marcha e o fato de sermos cristãs e termos ido.
Sou super fã de Jesus. Sim, aquele Jesus que aparece na Bíblia. Na minha (humilde) opinião ele foi um cara revolucionário: ele respeitou uma mulher quando ninguém mais fazia. Ela não passava de um objeto, podia ser devolvida a qualquer hora e ainda por cima foi pega em adultério. Joga pedra nela! – gritavam em coro os moralistas revoltados. E Jesus? Ele não tinha pecado, gente, e Ele a respeitou. Jogou na cara de todo mundo a sujeira que existe embaixo do tapete e a libertou.
Eu tenho tanto pecado quanto qualquer outra pessoa. Não me sinto no direito de me levantar e criticar qualquer pessoa que seja. Mas me sinto na obrigação de defender o direito de quem quer que seja.
Não sou uma pessoa super importante, daquelas super influenciadoras, mas quem convive comigo sabe como penso. E não tenho vergonha disso, ao contrário, tenho orgulho do fato de ter recebido uma educação que me ensinou a questionar, ao invés de simplesmente aceitar.